segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Construção da nova e metropolitana Vila Velha- uma contribuição ao debate

Com taxas de crescimento econômico em torno de 7% ao ano, o estado do Espírito Santo, e a Região Metropolitana em particular, tem se destacado enquanto pólo dinâmico de novos investimentos na Região Sudeste e no Brasil. Dado este processo, A questão a ser respondida refere-se as condições internas a cada município em transformar tais oportunidades em qualidade de vida para a população.

Em especial, é imprescindível que Vila Velha responda como se inserir, seja em termos materiais e simbólicos, neste processo. Sendo mister que o município ajuste as contas com as demandas concretas de sua população e que, com isto, vislumbre um novo rumo para seu futuro. Então não se faz necessário nos ater a um passado distante e longínquo, mas sim olhar para nossa história recente e concentrar esforços na solução dos problemas da população.

Um dos principais fatos da história recente está na modernização vivida à partir da década de 70 em diante, que marcou a Região Metropolitana com crescente implementação do desenvolvimento econômico e demográfico, mas que não foi suficiente (apesar das crescentes oportunidades), para engendrarem homogeneamente, equitativamente, indicadores econômicos e de desenvolvimento humano para os municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. Na verdade, este é o problema central decorrente de uma série de problemas derivados desta modernização.

Embora o município de Vila Velha, tenha se constituído enquanto maior contingente populacional e eleitoral do estado, nenhum dos chamados grandes projetos de industrialização vieram para o município. Terminou que, no contexto metropolitano, Vila Velha se constituiu como “cidade dormitório”, advindo daí um de seus maiores conflitos.

A questão não é que isto seja ruim ou bom em si mesmo. A questão é que a demanda de serviços nas últimas décadas tendeu a ser maior que a capacidade de atendimento destas demandas pela municipalidade e pelos governos estaduais. Os trabalhadores e trabalhadoras que ajudaram a construir a infra-estrutura da metrópole não tiveram, em contra partida, atenção igual do poder público em termos de serviços essenciais.

Tais diferenças econômicas e sociais entre os municípios da RMGV e mesmo dentro de cada município, embora possam ser vistas como naturais ou mesmo benéficas, na verdade se constituem enquanto problema e um desafio a ser compreendido e confrontado. A face mais visível deste déficit tem sido anos seguidos, o aumento de bairros com baixa ou nenhuma infra-estrutura e elevadas taxas de criminalidade.

Neste sentido, a implantação de soluções efetivas que diminuam as diferenças internas no acesso dos cidadãos a emprego, renda e serviços públicos de qualidade, tem sido uma meta e compromisso dos governos eleitos para com suas respectivas populações. A compreensão destes problemas internos é evidente, mas tem crescido também nos últimos anos a necessidade de soluções aos problemas metropolitanos.

Já em termos simbólicos, é evidente a importância das tradições e da cultura. Mas a cultura também precisa ser renovada. A cidade precisa fortalecer e reinventar seus símbolos, tornando-os mais democráticos incorporando o conjunto da população. A cidade só estará preparada para o futuro quando deixar de lado seus ranços provincianos e se transformar cada vez mais em uma cidade cosmopolita, aberta ao diálogo, com seus velhos e novos habitantes que, como eu, migraram do interior ou de outros estados para construírem esta cidade. A beleza e a alegria da cidade não devem e nem precisam ser privilégio de poucos.

É necessário cristalizar em cada habitante a idéia de que a cidade precisa ser pensada considerando seus recursos, suas possibilidades, sua diversidade e suas desigualdades internas, mas também refletindo sobre estas potencialidades e problemas como se fossem os de uma metrópole. Se nossos problemas são comuns, as soluções também só virão se as ações contemplarem a RMGV (Região Metropolitana da Grande Vitória). A questão é que governantes não persistam pensado pequeno, pois Vila Velha é parte desta metrópole. Os mandatários sabem que a viabilização social e econômica da Região Metropolitana não é tarefa de um governo isolado, ela nasce da cooperação entre estes, o governo estadual e com apoio e investimento do governo federal.

A questão central é: as respostas aos problemas da cidade não nos remetem a ficarmos olhando para trás indefinidamente, mas sim que a cidade aproveite melhor da sabedoria de seus habitantes, tanto os jovens quanto os mais experientes, para readequar a sua imagem à realidade vivida e sonhada pela maioria de seus habitantes. Só assim construiremos a nova e metropolitana Vila Velha.

Um comentário:

  1. Vila Velha não deve continuar como cidade dormitório, deve-se criar políticas sociais e desenvolvimentistas para o desenvolvimento de nossa cidade, do povo de Vila Velha. Deve-se aproveitar ao máximo os investimentos do governo federal e também dos recursos do pré-sal para realizar este crescimento.
    Nossos políticos devem, definitivamente, se desprenderem desta política coronelista, que faz com que o povo não obtenha conhecimento, pois é o conhecimento que faz com que um país, uma cidade se desenvolva.

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