Acompanhamos pelas pesquisas feitas pelos principais institutos capixabas, que Ferraço - apesar dos apoios recebidos, inclusive de prefeitos da Grande Vitória e da máquina do governo do Estado – não conseguiu deslanchar e abrir grande margem sobre o segundo colocado, o senador Renato Casagrande, que sequer oficializou sua pré-candidatura e continua dizendo que ficou isolado na conformação das possíveis alianças. Cabe aqui a pergunta: ficou isolado ou isolou-se?
Por outro lado, o grupo que gravita Luiz Paulo e abriga ferrenhos opositores do projeto governista, quer manter-se amigo e aliado de PH. Mas como manter a coerência se rechaçam os ônus dos desgastes e ataques que algumas políticas do governo têm sofrido, principalmente depois das denúncias na ONU com relação à ausência de política de segurança pública e os problemas do sistema carcerário?
Falta também, no campo analítico, uma tese que responda porque a candidatura de Ricardo ainda não deslanchou ?
A resposta é complexa, mas algumas análises podem ser feitas. Como o cenário ainda não se firmou, pode-se crer que os setores sociais mais avançados, formadores de opinião, ainda desconfiam de grupos políticos anacrônicos presentes na aliança pró-Ferraço. É notório, nessa articulação, a presença de grupos ligados aos desgovernos passados, hoje posando de apoiadores de Ferraço. Este fato, por si, está gerando instabilidade e interferindo na coesão do grupo. Haja vista a luta quase fratricida pela indicação do segundo nome ao Senado. Desta forma será difícil construir a credibilidade necessária para o crescimento de Ferraço. Falta a esses grupos o “DNA” das virtudes do governo PH.
A essa altura é imprescindível a presença de Guerino Balestrassi na chapa palaciana, para confirmação do “DNA” da nova política capixaba inaugurada com PH e fortificada pela aliança com João Coser. Este seria, inclusive, um dos motivos que teria colaborado para “o fico” do governador. De quebra, João e Guerino têm o apoio dos municipalistas e de importantes setores da Igreja Católica e dos movimentos sociais, nos quais também vivificam as principais vozes questionadoras das masmorras capixabas. Portanto, ultrapassaria a um mero acordo institucional.
O nome de Balestrassi para o Senado, além disso, deixaria a chapa palaciana mais robusta, com perspectivas de eleger dois senadores aliados dos futuros governos de Dilma Rousseff e de Ferraço, e evitando o risco de eleger um representante da oposição.
Um movimento confuso orquestrado pelo senador Malta, em fim de mandato e ávido pela reeleiçào, também revela a instabilidade no grupo palaciano. Preocupado com a entrada de Guerino do bloco de Ferraço, o senador ameaçou com sua saída e a movimentação para uma carreira solo. Se caminhar com Casagrande, Malta fortalece Audifax e desagrada Vidigal. Se baldear para o lado de Luiz Paulo, fortalece o ninho dos Max e deixa enfraquecido Neucimar. Lembrando ainda que sua candidatura oscila entre o midiático combate à pedofilia e o obscurantismo dos sanguessugas.
Não é hora de se forçar articulações institucionais com fins eleitoreiros. É preciso mais. É hora de evidenciar-se o compromisso com políticas públicas proativas, resolutivas das mazelas que afligem a população, em defesa da qualidade de vida, da cultura da paz, dos direitos humanos e da participação popular. É hora de agregar, e compor uma aliança que aponte no rumo desenvolvimentista e municipalista, resguardando a sustentabilidade. Consolidar políticas para geração de empregos e renda, da valorização da economia solidária e proteção do meio ambiente. É hora de firmar um compromisso com a transparência e a ética em prol de um Espírito Santo que amplie as políticas de redução das desigualdades e conquistas sociais.
João Batista Babá – vereador de Vila Velha
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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